A História da Conga
Por Nolan Warden
Tradução de Juliana Bastos
Apesar de sua ampla utilização, a conga pode ser um dos os mais incompreendidos instrumentos de percussão. Ele é frequentemente associado e definido como um "acessório", não merecedor de séria consideração. Mesmo que a década passada tenha trazido um interesse crescente na percussão do mundo, informações sobre a história das congas permanecem difíceis de encontrar. Antes de nos aprofundarmos nessa história, porém, devemos considerar alguns fundamentos. Além disso, não temos nem chamado esse tambor pelo seu nome correto ainda![Foto: © CIDMUC, Havana. Retirado do livro/CD intitulado From Afrocuban Music to Salsa por Dr. Olavo Alén Rodriguez (PIRANHA Records, BCD-POIR1258, 1998)]
O Básico
Nos Estados Unidos, nós ouvimos essas tambores referidos como conga-tambores ou simplesmente congas. No entanto, em Cuba, onde esses tambores foram desenvolvidos, a palavra conga é geralmente aplicada a apenas um tambor e ritmo tocado durante o Carnaval (semelhante ao carnaval brasileiro ou Mardi Gras estadunidense). Uma expressão mais exata, utilizada em um consenso tradicional e pela maioria dos hispanos, é tumbadora. Este termo não é tradicionalmente aplicado aos tambores tocados no Carnaval, mas para aqueles tocados em grande parte de músicas comerciais e tradicionais da música cubana. Como estes nomes historicamente vieram a ser confundidos (e essencialmente intermutáveis) é uma pergunta difícil. Infelizmente, uma vez que esta confusão começou no início do século XX, e considerando que estudos acadêmicos de música afro-cubana só foram aparecer cerca de 30 anos depois, é difícil falar com autoridade sobre a história dessas duas palavras. Apresentar todas as hipóteses tornaria esta leitura entediante. Para informações sobre o assunto, fiz referência às obras de Fernando Ortiz e Olavo Alén Rodríguez. No entanto, vou apresentar uma versão simplificada dessa questão.
Na primeira metade do séc. XX, quando as pessoas provenientes dos Estados Unidos ainda podiam viajar livremente para Cuba, ritmos cubanos foram apanhados e popularizado pela mídia estadunidense. Isto concedeu a muitas culturas pop estadunidenses explosões de estilos "latinos", uma das quais foi la conga. Ainda hoje, não é difícil encontrar em reuniões públicas em todo o país norte-americano uma versão diluída do ritmo la conga. Você pode até ter participado de uma "linha de conga" no último casamento ao qual você foi!
Esta e outras culturas pop erroneamente fizeram com que a palavra conga passasse a ser utilizada para referir-se a todos os tambores cubanos de construção semelhante. A palavra tumbadora, que é considerada mais exata entre os cubanos e aficcionados, vem do estilo folclórico chamado rumba (que não deve ser confundida com o baile rhumba). Uma vez que é rumba é considerada a responsável pelo desenvolvimento musical desses tambores, a palavra tumbadora é usada para referir a o que é oposto a conga, que é um termo mais comercial. Hoje, não é realmente necessário aos percussionistas chamar esses tambores de tumbadoras. No entanto, uma vez que eles são predominantemente chamados de tumbadoras pela cultura que os criou, este artigo irá referir-se a eles como tal.
É também difícil apontar um significado exato para qualquer uma dessas palavras, mas ambas são geralmente aceitas como sendo de proveniência Bantu. Os mais conhecidos estudiosos de música afro-cubana, Dr. Fernando Ortiz (1881-1969)(*), considerou a palavra bantu nkónga, o que significa "umbigo" ou "umbilical", como uma possível raíz da palavra conga. Isto parece plausível considerando a natureza das danças para o ritmo la conga, que atravessam as ruas durante o Carnaval.
Outros defendem que conga é simplesmente uma feminização linguística da palavra Congo, referindo-se à origem geográfica dos tambores. Como para tumbadora, uma simples explanação espanhola é a de que é um tambor “que tumba”. Coloquialmente, isso significa o tambor que tomba. No entanto, a palavra tumba também é encontradaem línguas Bantu. Dependendo do dialeto na África, a palavra pode fazer menção a um tipo de tambor, dança, ou cerimônia de iniciação. Também pode se referir a uma festa, uma herbolário, ou, simplesmente, ser uma onomatopéia (**). Todas estas explicações são possíveis mas, uma vez que tais teorias são em grande parte baseadas em conjecturas, é impossível dizer com certeza.
Uma versão genérica de la conga.
Esta e outras culturas pop erroneamente fizeram com que a palavra conga passasse a ser utilizada para referir-se a todos os tambores cubanos de construção semelhante. A palavra tumbadora, que é considerada mais exata entre os cubanos e aficcionados, vem do estilo folclórico chamado rumba (que não deve ser confundida com o baile rhumba). Uma vez que é rumba é considerada a responsável pelo desenvolvimento musical desses tambores, a palavra tumbadora é usada para referir a o que é oposto a conga, que é um termo mais comercial. Hoje, não é realmente necessário aos percussionistas chamar esses tambores de tumbadoras. No entanto, uma vez que eles são predominantemente chamados de tumbadoras pela cultura que os criou, este artigo irá referir-se a eles como tal.
É também difícil apontar um significado exato para qualquer uma dessas palavras, mas ambas são geralmente aceitas como sendo de proveniência Bantu. Os mais conhecidos estudiosos de música afro-cubana, Dr. Fernando Ortiz (1881-1969)(*), considerou a palavra bantu nkónga, o que significa "umbigo" ou "umbilical", como uma possível raíz da palavra conga. Isto parece plausível considerando a natureza das danças para o ritmo la conga, que atravessam as ruas durante o Carnaval.
Outros defendem que conga é simplesmente uma feminização linguística da palavra Congo, referindo-se à origem geográfica dos tambores. Como para tumbadora, uma simples explanação espanhola é a de que é um tambor “que tumba”. Coloquialmente, isso significa o tambor que tomba. No entanto, a palavra tumba também é encontrada
(*) Esboços por Fernando Ortiz utilizada neste artigo provêm de Los Instrumentos de la Música afro-cubana. Eles são usados com permissão de sua filha, María Fernanda Ortiz, representante do Sucessores de Fernando Ortiz.
(**) Fernando Ortiz, Los Instrumentos de la Música Afrocubana. Havana: Publicaciones de la Dirección de Cultura del Ministerio de Educación, 1952.
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